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..........................................................................P i n t o ..n ã o.. e x a t a m e n t e.. a q u i l o ..q u e.. é,.. m a s.. o.. q u e.. g o s t a r i a ..d e.. v e r

 

Legado Cultural


A arte de Manlio Moretto não deve ser vista sob determinado aspecto, mas em vários: histórico, arquitetônico, romântico e iconográfico. Ao contrário do que muitos imaginam nada tem a ver com Debret ou Rugendas, que estiveram no Brasil para retratar os costumes das gentes nativas. Moretto não teve a intenção de pintar o Brasil, embora, com o decorrer dos anos acabe constatando que o tenha feito. Outro aspecto é o resgate de memória, quando retrata um Brasil que ostensivamente vai desaparecendo. Muitos dos lugares por ele registrados não mais existem, pelo menos com o aspecto que tinham quando do seu registro.
A transmissão do Belo, em Manlio Moretto, faz-se sentir nas cores quentes que emprega e, em alguns casos, nas nuances de um só tom, o que faz com que muitos enalteçam a poesia que imprime ao realismo. A SOCIARTE (Sociedade dos Amigos da Arte de São Paulo), ao aperceber-se deste romantismo, elege-o como “O Mestre do Paisagismo Brasileiro”.
Manlio Moretto assume em sua obra uma atitude de responsabilidade total perante a arte – rejeitando cópias e o emprego da máquina fotográfica. Sua expressão romântica reveste-se de uma sensação única de paz.
Manlio Moretto,ao retratar as paisagens, quase sempre coloca uma igreja no cenário - o que levou muitos, nos salões de belas artes, a  perguntarem-lhe o por quê deste motivo: “ A igreja identifica e caracteriza o local retratado, não deixando dúvidas a respeito de sua autenticidade. Paisagens hipotéticas intitulo-as de Morettópolis”, responde Moretto.
Manlio Moretto conserva em seu acervo pessoal  os croquis de campo, registrados em 22 cadernos e um álbum, contendo, um total de 1300 lugares inéditos; constituindo-se assim, provavelmente, a maior obra iconográfica pictórica brasileira.

                                

Manlio Moretto mostra a inegável segurança de um mestre do desenho. Suas linhas e contornos são espontâneos, rápidos e, no entanto, decisivos. Seus caminhos nos colocam dentro do próprio quadro, onde ansiamos por ver ainda mais. [...]

Marilyn Diggs - Purdue University – West Lafayette – Indiana (U.S.A.)

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